Campanha Julho Amarelo alerta para a prevenção contra a hepatite viral
Julho é o mês da consciência e da prevenção contra a hepatite, uma doença que se caracteriza pela inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
A melhor maneira de prevenir a hepatite viral é fazendo o teste para detectar precocemente a existência da doença. É isso que preconiza a campanha “Julho Amarelo”, instituída no Brasil por lei em 2019 com o intuito de reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.
“Infecções virais na maioria das vezes são silenciosas e as pessoas portadoras são assintomáticas, daí a necessidade de se fazer o teste para o diagnóstico precoce”, explica o médico infectologista Maiky Prata, do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), da Secretaria de Saúde de Barueri.
A Prefeitura de Barueri oferece à população o teste rápido de hepatite no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), na avenida 26 de março, 845, no Centro, com atendimento das 7h às 15h. O resultado sai em poucos minutos.
O médico infectologista afirma que uma vez detectada precocemente a hepatite existem tratamentos bastante eficazes. “No caso da hepatite C o tratamento tem cura em 97% dos casos”. O teste aliado com o tratamento evita que o doente transmita o vírus para outras pessoas, alerta Prata.
O não tratamento de um infectado por hepatite pode causar cirrose, falência do fígado e até a morte. As hepatites virais são classificadas pelos tipos A, B, C, D e E.
Vacina
Existem também vacinas contra a doença. Para hepatite B, há imunizante para toda a população e todas as idades. As pessoas precisam, portanto, conferir o calendário vacinal e verificar se já foram imunizadas. Para a hepatite A, são vacinadas crianças e pessoas imunossuprimidas (que têm imunidade baixa). A vacina contra a hepatite B também protege contra a hepatite D. Não há, contudo, vacina contra a do tipo C.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, as características e as transmissões dos diversos tipos são:
· Hepatite A – tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene;
· Hepatite B – é o segundo tipo com maior incidência; atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo (pelo uso de seringas, instrumentos para fazer tatuagem, manicure etc.). A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo;
· Hepatite C – tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. É considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à AIDS/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado. A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte. Não tem vacina;
· Hepatite D – causada pelo vírus da hepatite D (VHD), ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B;
· Hepatite E: causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, nem sempre a doença apresenta sintomas, mas quando aparecem, manifestam-se na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Fotos: Lourivaldo Fio / Secom
Diagnóstico precoce com teste é uma das formas de prevenção