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Ação na Câmara de Osasco abre campanha “Fim da Violência Contra as Mulheres”

Ativistas e autoridades cobraram reforço das políticas públicas de proteção à mulher

Uma tarde de mobilização por mais políticas públicas em defesa da população feminina. Assim foi o lançamento da campanha “16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, realizado na última quinta-feira (25), na Câmara Municipal de Osasco.

Com mobilizações por todo o Brasil – incluindo ações no Congresso Nacional e Esplanada dos Ministérios –, a campanha em Osasco reuniu lideranças e membros de coletivos que atuam na defesa dos direitos femininos, representantes da prefeitura e do Judiciário, além do presidente da Câmara de Osasco, Ribamar Silva (PSD), e dos vereadores Ana Paula Rossi (PL), Cristiane Celegato (Republicanos), Elsa Oliveira (Podemos) e Délbio Teruel (DEM).

“A gente vem com o propósito de construir as alianças que vão fortalecer a política pública, especialmente a que faz o enfrentamento e combate à violência”, disse a secretária-executiva municipal de Política para Mulheres e Promoção da Diversidade, Mônica Veloso.

Na mesma linha de pensamento, a vereadora Elsa Oliveira (Podemos) cobrou reforço nas políticas púbicas já existentes. “Já temos muita coisa, mas ainda precisamos avançar”, afirmou, ao se referir à necessidade da criação de uma Casa de Passagem para abrigar mulheres vítimas de violência. “Eu me sinto ofendida ouvindo uma mulher dizer que sofre violência e não tem para onde correr”, acrescentou.

Ana Paula Rossi (PL), que presidiu o evento, também defendeu a implementação de políticas públicas mais efetivas, que garantam a proteção da mulher vítima de violência. “Muitas coisas boas têm acontecido. A gente estimula a mulher a fazer a denúncia, a procurar os serviços públicos, mas qual a garantia de segurança que nós demos?”, questionou.

Já o coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), Dr. Mário Sérgio Leite, acredita que, embora as políticas de defesa da mulher tenham evoluído em níveis federal e municipal, Osasco ainda tem muito a evoluir no que diz respeito à violência doméstica. “Deveria ter juiz e promotor específicos, por causa do porte da cidade”, defendeu.

Estatísticas

A técnica responsável pelo Agravo da Vigilância Epidemiológica de Osasco, Sthefanie Pereira, ministrou palestra sobre a violência contra a mulher e apresentou estatísticas de pesquisa acadêmica que apresentou em sua tese de mestrado.

O estudo comprova que as mulheres vítimas de violência demoram, em média, dois anos para denunciar os agressores. De acordo com a profissional, os principais fatores que levam a mulher a buscar ajuda são o encorajamento, a escalada da violência e o fato de não aguentarem mais sofrer violência.

Ainda segundo Sthefanie, o primeiro ponto de apoio que as mulheres buscam para denunciar a violência às autoridades é a rede informal, ou seja, aquela composta por amigos, parentes, vizinhos, líderes comunitários e religiosos.

“As respostas que encontram nessas pessoas são de extrema importância para buscar ajuda na rede formal”, explica. No entanto, os estudos apontam que, quando as mulheres denunciam às autoridades, muitas vezes, as respostas são “dissuasivas e impeditivas”, o que acaba “desviando o processo de busca de ajuda”.

Mobilização

A representante osasquense do grupo Mulheres do Brasil, Samantha Alves, convocou as mulheres para uma ação de mobilização, que acontecerá no próximo dia 4 de dezembro, em frente à sede da Prefeitura de Osasco, às 9 horas. “É um chamamento à sociedade para mostrar às autoridades que as mulheres precisam de mais apoio e políticas públicas”.

O encontro integra a programação dos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”. A campanha, de âmbito internacional, acontece anualmente e segue até 10 de dezembro, data em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos.

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