Mulheres representam 43% das áreas de produção em indústria do Paraná
Antigamente considerado ambiente masculino, áreas fabris têm apresentado crescimento na busca do público feminino
As áreas de produção das fábricas, ambientes antigamente predominantemente masculinos, vêm sendo preenchidas por mulheres, que têm trilhado planos de carreira e conquistado, inclusive, cargos de liderança nas indústrias. No Paraná, são cerca de 230 mil mulheres atuando na indústria, o que representa 32,4% do total de trabalhadores, abrangendo tanto a produção quanto cargos administrativos ou de liderança, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Os números mostram que, por mais que muitos espaços tenham sido conquistados, o caminho para a igualdade de gênero ainda está sendo percorrido.
Juciliane Camargo foi a terceira mulher a entrar na área de usinagem da empresa em 2012
Créditos: Divulgação/Neodent
Em Curitiba, a Neodent, empresa que desenvolve soluções estéticas e reabilitadoras em odontologia, tem 43% de mulheres entre os 1.500 colaboradores que atuam diretamente nas áreas de produção de suas duas fábricas. “Sabemos da luta das mulheres em diversas áreas para terem seu trabalho reconhecido de forma igualitária em relação aos homens. Historicamente, o ambiente fabril foi considerado masculino, mas, estamos gradualmente mudando essa percepção. Na Neodent, observamos um aumento contínuo no interesse das mulheres por cargos na produção”, relata a diretora de Responsabilidade Social Corporativa da Neodent, Raphaela Borba.
Inspiração que vêm de dentro
Ao participar de um processo interno da empresa em 2012, a preparadora de CNC Juciliane Camargo foi a terceira mulher a entrar na área de usinagem. A diferença na proporção de homens e mulheres também foi percebida nos cursos de mecânica que realizou. Segundo Juciliane, das quatro mulheres que cursavam Tecnologia em Fabricação Mecânica no Senai, apenas três se formaram em uma turma de 30 alunos. “Percebo que, ainda, poucas mulheres procuram se aprofundar e se especializar na área. A grande maioria busca especialização em outras áreas”, analisa.
Mas o exemplo das colaboradoras que entram no setor tem contribuído para a mudança desse cenário. Juciliane conta que acha gratificante atuar na área. “Me identifiquei muito quando entrei aqui. Todo dia é um desafio diferente, e nada é mais prazeroso do que entrar em um consultório e ver que o produto que você ajudou a fabricar está fazendo parte da vida e da saúde de outra pessoa”, finaliza.