Vereadores de Osasco propõem soluções para conter violência nas escolas
Debate foi motivado por Moção de Repúdio ao ataque à escola na Vila Sônia
O ataque de um adolescente de 13 anos à Escola Estadual Thomazia Montoro, no início desta semana, chocou o Brasil e levantou uma série de questionamentos a respeito da segurança nas escolas e ao sistema educacional brasileiro.
Durante a 15ª Sessão Ordinária, os vereadores osasquenses aprovaram uma Moção de Repúdio ao ataque, que culminou na morte de uma professora de 71 anos e deixou outras quatro pessoas feridas na escola, que fica no bairro Vila Sônia, na Zona Oeste de São Paulo, vizinha de Osasco.
O documento, de autoria da vereadora Cristiane Celegato (Republicanos), ganhou forte repercussão no Plenário e levantou as possíveis causas que teriam motivado o ato, além de soluções para conter a escalada de violência nas escolas.
Segundo a parlamentar, os dados sobre violência nas escolas são alarmantes. “No Brasil tivemos 23 casos, sendo 12 em escolas estaduais, seis em escolas municipais, um ataque em colégio cívico-militar e outros quatro em escolas particulares. Precisamos de mais amor e menos ódio”, disse Cristiane.
A vereadora defendeu medidas para conter a proliferação de grupos de ódio na internet, incitando a violência e políticas públicas que transformem as escolas em locais de acolhimento e bem-estar. “Precisamos que as famílias estejam atentas”, afirmou.
O vereador Joel Nunes (Republicanos) questionou a apatia diante do problema. “Até quando as autoridades vão ficar sentadas vendo tudo isso, sem tomar atitude? Temos que olhar com mais carinho e ter mais assertividade para inibir essa violência nos colégios”.
Pelé da Cândida (MDB) atribuiu a violência à mudança de comportamento das novas gerações. “O jovem, com a tecnologia, acaba se trancando dentro de casa. O mundo dele é a tecnologia, mas percebe que a vida não é só aquilo e se frustra”.
A vereadora Juliana da AtivOz (PSOL) defendeu políticas públicas eficientes na área da educação e citou o sociólogo Darcy Ribeiro. “A crise na educação brasileira não é uma crise, é um projeto”.
Segundo ela, o assunto nunca foi tratado como prioridade pelos governos. “Senão teríamos a melhor educação do mundo, porque recurso vem”. Ela defendeu melhores salários e condições de trabalho para os professores, além de infraestrutura adequada aos alunos.
Detector de metais
Os vereadores Joel Nunes, Ralfi Silva (Republicanos) e Délbio Teruel (União) defenderam instalação de equipamentos, como os detectores de metais para prevenir atos de violência.
“Nós não vamos ficar omissos em não trabalhar para implementar na cidade o que já deu certo na cidade de Chapecó (SC). Eu e o Carmônio demos entrada no projeto que propõe a instalação de detector de metais nas escolas”, disse.
O Projeto de Lei 28/2023, de autoria do presidente Carmônio Bastos (Podemos) e do vereador Ralfi, está em tramitação na Casa e deve passar pela análise das Comissões antes de ser votado.
Ricardo Migliorini / CMO.