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Gestões das entidades Casa de Passagem e Casa Abrigo realizam Capacitação de Profissionais da Rede de Atendimento em Assistência Social do Cioeste

No dia 4 de julho pela manhã, aconteceu mais uma reunião das entidades que fazem a gestão da Casa de Passagem e da Casa Abrigo do Cioeste: os Institutos Cecília Meirelles e Fala Mulher. Os encontros têm como objetivo capacitar profissionais da rede de atendimento em assistência social dos municípios. Desta vez, a capacitação ocorreu na cidade de Osasco, no Centro de Referência da Mulher Vítima de Violência (CRMVV).
A coordenadora Cristiane Lins, do Instituto Cecília Meirelles, abordou o fluxo da Casa de Passagem, enquanto Carla Jara, do Instituto Fala Mulher, discorreu sobre a Casa Abrigo. Ambas explicaram detalhadamente o fluxo de mulheres vítimas de violência até chegarem ao atendimento e como funciona o trâmite na prática. Cristiane salientou que a Casa de Passagem facilita o acesso dessas mulheres aos diversos serviços que as auxiliarão a sair do ciclo de violência e alcançar a emancipação.
Elas também falaram que, no atendimento a essas mulheres, quando elas buscam centros de referência, a alternativa de encaminhamento para um abrigo deve ser a última instância, devido a fatos sociais importantes, como o pertencimento territorial que essas mulheres experienciam, incluindo a utilização de unidades de saúde e escolas locais.
“Muitas vezes, ir para o abrigo significa recomeçar a vida, e temos que avaliar se isso faz sentido também para a mulher que está sendo atendida. Mesmo sendo provisório, o abrigo na nossa instituição pode durar de seis meses a um ano, ou mais”, destacou Carla Jara.
Além de proteção e alimentação, nos abrigos as mulheres participam de oficinas e recebem atendimento para seu fortalecimento e busca por autonomia, com inserção no mercado de trabalho ou início de empreendimentos, facilitando a superação da história de violência e a saída da dependência do agressor. “A empregabilidade é fundamental para a mulher sair emancipada e recomeçar do zero”, complementou Carla, explicando que o abrigo contribui para que a mulher se reorganize e faça sua nova história. “Por isso, temos que atingir essas mulheres de várias formas: com possibilidades de renda, cultura, lazer e informação. Apenas moradia, alimentação e proteção não são suficientes para a emancipação”.

Os participantes também compartilharam suas experiências e exemplos de casos complexos, buscando aconselhamento com as facilitadoras da capacitação. Foi ressaltada a importância do processo de desabrigamento, para que a mulher não retorne ao ciclo de violência e possa reconstruir sua vida. Para isso, o sigilo a respeito da localização dessas casas é prioritário.
Cristiane Lins explicou as etapas de recepção da mulher vítima de violência pelos agentes de serviço social, que incluem ouvir, direcionar, esgotar as possibilidades de soluções, obter informações, ajudar a pensar em possibilidades, avaliar questões de risco e, caso necessário, direcionar para uma casa abrigo. Esse processo requer um relatório detalhado, para que os abrigos possam atender a mulher da melhor maneira possível, conhecendo suas necessidades específicas. Outro ponto abordado foram as competências dos municípios, que realizam um trabalho em conjunto com as casas de abrigo.
As capacitações já ocorreram em várias cidades, incluindo Araçariguama, Cajamar, Cotia, Jandira, São Roque e Osasco.

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